Essa semana falamos do evento Viva Las Vega e que o mesmo contaria com a presença da banda curitibana Annie & The Malagueta Boys representando o Brasil. Pois bem, quem irá falar conosco agora é a própria Annie Lee, vocalista da banda. Ela fala sobre seu gosto pela cultura vintage e retrô, suas preferências musicais e as expectativas de participar do VLV.

Quer saber mais? Veja a entrevista abaixo:

Quando você começou a gostar da cultura 50’s, rockabilly e pin-ups?

Annie - Bem, eu não sou exatamente uma rockabilly “true to the bone”, e escuto vários estilos, e me visto conforme acho mais conveniente para cada ocasião. Mas, o rockabilly surgiu na minha vida desde cedo. Meu pai era crítico músical, e eu sempre tive contato com diversos segmentos musicais, inclusive o rockabilly, swing, jazz... Quanto à estética, eu francamente não sei desde quando eu gosto de “referências retrô”, talvez tenha sido por causa da “Golden Age” do cinema, que sempre assistimos em casa, e aprimorei meus conhecimentos. Sobre a indumentária, históricamente falando, na faculdade de moda.  

A banda Annie & the Malagueta Boys surgiu em 2009. No começo a banda foi formada apenas por hobbie ou já tinha um objetivo mais profissional? Quais são os planos futuros para o sucesso da banda?

Annie - A banda, pelo menos de minha parte, foi formada por hobbie sim. Mas, desde o começo todos tínhamos o Viva Las Vegas como uma “meta”, por assim dizer. Claro, sem grandes pretenções. Começamos devagar, sempre procurando nos divertir muito com o que fazemos. As coisas foram tomando forma, e hoje nós nos divertimos cada vez mais, com um pouquinho mais de responsabilidade e visão do futuro. Quanto aos planos... Quando voltarmos de Las Vegas, eu conto pra vocês!

A cena rockabilly geralmente é um pouco engessada, às vezes as bandas acabam soando muito parecidas umas com as outras. O que vocês fazem para conquistar um diferencial?

Annie - Nós procuramos misturar algumas “pitadas” de música brasileira junto com as nossas músicas.  E dá certo!

Vocês lançaram o EP Shakin & Boppin com 4 faixas e músicas inéditas exclusivamente para download pago. Por que optaram por essa opção na hora de divulgar suas músicas?

Annie - O download pago, à priori, foi um jeito que encontramos de divulgar nosso trabalho fora do Brasil. Visto que estávamos gravando as canções novas para serem enviadas à organização do VLV.  Foi uma decisão rápida e prática para divulgarmos nosso material. Mas, novidades vem aí, nós prometemos!

A banda é de Curitiba. Como é o cenário rockabilly nessa região? Há uma valorização musical para as bandas independentes?

Annie - A cena rockabilly de Curitiba vem crescendo constantemente. Temos bandas no estilo para todos os gostos, e são ótimas bandas, cada uma com suas peculiaridades. Destaque para os Hop Boomers, que acredito serem a banda mais nova no estilo, com vocal feminino da Frany Brunette que tem tudo pra estourar em breve. Temos também o Galaxie 69 (com letras divertidíssimas em português), e o Mystery Trio, que tocou esse ano no VLV. Devemos muito também à cena psychobilly local, que é forte e com muita visibilidade, e sempre incentiva as bandas de rockabilly locais.  Quanto à valorização das bandas independentes, a coisa está melhorando aos poucos, mas ainda há muito o que fazer.

Com apenas 3 anos de banda, vocês já foram convidados para representar o Brasil no maior festival da cultura 50’s, o Viva Las Vegas.  Como surgiu o convite?

Annie - Pois é! Não é uma coisa absurda? Minha ficha ainda nem caiu! Nosso saxofonista Victor Rodder, vai ao festival todos os anos, e levou nosso material de divulgação para a organização do evento. Mas eu ainda não sei te explicar com certeza. O que acontece em Vegas, fica em Vegas, né?! 

Vocês já estiveram presentes nesse evento? Quais são as expectativas?

Annie - Só o Victor Rodder mesmo,  que já virou parte da decoração do evento, e não perde um!  A expectativa é sempre a melhor. Esperamos representar o Brasil da melhor maneira possível, e mostrar pros gringos que aqui não tem só carnaval, samba e mulata (não desmerecendo, afinal, tudo isso é muito bacana, né?). Queremos mostrar que brasileiro também é bom de rockabilly. E nós somos! Não só os Malaguetas, mas tantas bandas incríveis que temos por aí! 

Quais são suas referências musicais e visuais que inspiram seu estilo?

Annie - Marti Brom, Janis Martin, Wanda Jackson, Lorrie Collins, Kim Lenz, Rose Maddox, Imelda May... Nossa, tem tantas! (E eu ainda tenho que estudar MUITO pra me aproximar delas!)  Quanto as referências visuais, na verdade eu não me prendo muito à elas. Mas acho que um estilo só “inspirado” seja mais minha praia, gosto muito do visual das “modern pin-ups” como a Dayna Delux, Sabina Kelley, Bernie Dexter, Sarah Fabel... O estilo “guarda roupa da vovó” não me cai bem, eu não me sinto confortável, apesar de ver outras meninas usando e achar lindo. Na verdade, venho “redescobrindo” meu estilo todos os dias.

Além de cantar na banda, quais outras atividades você exerce no seu dia a dia?

Annie - Sou designer de moda, visual merchandising e consultora. 

Para finalizar, qual seu recado para quem começou se interessa agora por esse estilo?

Annie - Qualquer estilo é bem-vindo, desde que tenha a ver com a sua essência!  Você tem que se identificar com o visual, com a música, com o lifestyle, mas não pode virar escravo disso. Falando de rockabilly, o estilo pode ser delicado e totalmente feminino, ou pode ser mais agressivo, mais “hot rod girl”. É bem democrático!  

Obrigada Daise, e obrigada ao blog Menteflutuante Retrô pela oportunidade, e sucesso! <3 

Eu que agradeço Annie, pela simpatia e por ceder a entrevista ao blog =).

Quer conhecer o som da banda? Ouça Up & Down do EP Shaking & Boopin.


Para acompanhar os projetos da banda, acesse a Facebook Page Annie & The Malagueta Boys aqui.

Sucesso para a Annie e para os Malaguetas!