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sábado, 20 de abril de 2013

Filme: Freaks - Os monstros somos nós

Ultimamente eu estou em uma fase bem horror, mas voltado para clássicos, tanto na leitura dos livros, quanto nos filmes. Aproveitando esse momento, já falei de Nosferatu e agora vou falar sobre o filme Freaks de 1932.

Mas antes de descorrer sobre o ele, vamos entender o contexto da denominação freak.

Freak é um termo que surgiu no século XIX e durou até meados dos anos 60 em que sua tradução significa aberração. A palavra foi muito utilizado para designar pessoas que eram consideradas "bizarras", "estranhas" ou "esquisitas". Na verdade, essas pessoas tinham algum tipo de deficiência física ou deformação genética, como o gigantismo, nanismo, pessoas com muito pelos ou faltando membros do corpo, siameses e até mesmo albinos e pessoas tatuadas, que era algo muito incomum na época. Entre as tatuadas que eram consideradas freaks, já falamos da Cindy Ray, Betty Broadbent e Nora Hildbrand aqui no blog.

Personagens de Freaks
A falta de conhecimento necessário para identificar essas doenças fazia com que as pessoas "normais" repugnassem os indivíduos com caracaterísticas diferentas ou fora do comum. Sendo assim essas pessoas sofriam muito preconceito e o único lugar em que eram aceitas era no circo, no qual começaram a surgir os Freaks Shows (Show de Aberrações), tornando-se única fonte de emprego rentável para elas.

Foi dentro desse contexto que surgiu a inspiração para produzir o filme de terror norte-americano Freaks, dirigido por  Tod Browning, o mesmo que produziu Drácula de 1931. Compreendendo o cenário que foi apresentando, pelo nome já conseguimos imaginar sobre o que se trata.

Pôster de Freaks
Basicamente, o filme se passa em um circo em que mais da metade dos personagens são de fato circenses com deficiência, quase não há maquiagem no filme, como os atuais filmes de zombies, por exemplo, apenas no final do filme, quando somos surpreendidos com o desfecho da história. 

A história é envolta a um triângulo amoroso, em que a trapezista Cleópatra, que na verdade gosta do másculo Hércules, se casa com o anão Hans apenas com interesse em sua fortuna e tenta envenená-lo, mas a mesma é descoberta e os "monstros" tentam se vingar dela, que só faz o pequeno Hans sofrer.

Elenco Completo do Filme
Para a época o filme abalou a sociedade e foi rejeitado, voltando a ser exibido nas telas apenas nos anos 60 em festivais amadores e cinemas sem credibilidade. Apesar do filme ser inserido no gênero terror, nos tempos atuais ele pode ser considerado um belo romance. 

Em Freaks o diretor tenta construir uma história em que as pessoas percebem que os freaks também são pessoas normais e merecem ser respeitados. Apesar da crítica que o filme faz, uma outra coisa que me chamou muita atenção foi o figurino. Mesmo tendo sido produzido no início dos anos 30, ainda carrega características dos anos 20, com cabelos a la garçonne e vestidos de corte reto. E principalmente a anã mais fofa que já vi na minha vida Daisy Earles, que interpreta Frieda no filme.

Daisy Earles como Frieda em Freaks
Frieda
Harry Earles e Daisy Earles - No filme par romântico, na vida real irmãos
Quem se interessou pelo filme pode assistí-lo online no Tele Cine Brasil nesse link. Aliás, recomendo o blog pois ele tem vários clássicos de domínio público que podem ser assistidos online. Ou veja o trailer em inglês:



Veja mais fotos do filme:

Em destaque a atriz Olga Baclanova
Henry Victor  e Olga Baclanova
Olga Baclanova e Harry Earles
Olga Baclanova e Harry Earles
Os casais centrais do filme
Uma curiosidade sobre o filme é que dizem que o mesmo teve grande influência sobre Os Ramones, tendo inspirado, inclusive, a música "Pinhead".

Vocês gostaram da dica? Conheciam Freaks?

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